quarta-feira, 20 de março de 2013

Candidatos incluem hino de time de futebol e receita de miojo em provas de redação do ENEM

Que o Brasil é uma piada pronta, todo mundo sabe.

Aqui, educação virou negócio e nesta conjuntura, o famigerado vestibular vem sendo aos poucos trocado pelo ENEM. Obviamente, em se tratando de Brasil, não há garantias de que a mudança represente melhora.

Prova cabal disto é o fato da correção das provas serem o retrato da qualidade do ensino oferecido neste país. Não estou falando das péssimas notas, muito pelo contrário, aqui, educação é tão vista como algo secundário que nem a correção de uma prova de suma importância como essa é levada a sério.

Nos últimos dias surgiram detalhes escabrosos das correções das provas de redação do último ENEM. Detalhes que fariam qualquer educador sério pensar em sumir do mapa. São exemplos emblemáticos que mostram que as correções não são criteriosas.

No primeiro, o aluno incluiu o hino do Palmeiras no meio do texto: "As capitais, praias e as maiores cidades são os alvos mais frequentes dos imigrantes, porque quando surge o alviverde imponente no gramado onde a luta o aguarda, sabe bem o que vem pela frente e que a dureza do prélio não tarda. (...)". Zero? Nada! A redação recebeu 500 pontos, 50% do valor total da mesma.


Já outro candidato preferiu incluir uma receita de miojo. Ele escreveu dois parágrafos sobre o tema proposto, a imigração, e depois dedicou um parágrafo inteiro ao preparo do macarrão instantâneo:  "Para não ficar muito cansativo, vou agora ensinar a fazer um belo miojo, ferva trezentos ml's de água em uma panela, quando estiver fervendo, coloque o miojo, espere cozinhar por três minutos, retire o miojo do fogão, misture bem e sirva". Essa redação foi agraciada com 560 pontos.


Bom, muitos argumentarão que eles foram penalizados, uma vez que suas notas ficaram próximo aos 50%. Ok! Apesar de eu achar que essas brincadeiras são motivos para zerarem uma prova, uma vez que para mim não cabe esse tipo de comportamento em algo tão sério.

Mas o que dizer de provas que tiraram nota máxima e estão repletas de erros de ortografia, concordância, gramática etc? Sim, isso também ocorreu. "Rasoavel", "enchergar" e "trousse" são palavras que estavam em redações que tiveram 1.000 pontos. 

Mas não é de se surpreender. Num país onde educação é visto como gasto, não como investimento, é óbvio que situações como essa serão a cada dia mais corriqueiras. 

Será que só eu não vejo graça nestas coisas?

Fonte: UOL Educação 1, 2 e 3.

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